Por Rudson Mazzorana
Entrou em meu quarto em uma noite de inverno
Beijou minha boca de santa com lábios de inferno
Arranhou minhas costas enquanto tirava o terno
Rasgou meu vestido como quem rasga um caderno
Puxou meus cabelos com pulso forte e mãos de gorila
Olhou-me sem pena como quem entra, pega e fuzila
Língua no pescoço, mamilos, virilha, barriga e axila
Chamou-me de todos os nomes, menos de Camila
Mordeu minhas orelhas como se fosse um cão
Na cintura, muitas unhas e quase nada de mão
Tirou-me a calcinha como quem corta um cordão
Mostrou-me com quantos paus se faz um bastão
Tudo o que sei, é que aconteceu no inverno
Parecia um vilão, foi tudo menos fraterno
Jurou minha vida em troca de silêncio eterno
Lambeu os meus pés com sede de subalterno
Entrou em meu quarto como quem fura fila
Tapou minha boca como quem fecha mochila
Prometeu minha morte se não ficasse tranquila
Abriu minhas pernas com quem dilata a pupila
Machucou meu sexo cometendo uma infração
Com o coração na boca, eu mordia o colchão
Sangue na cama, lágrimas, caos e decepção
Antes fosse um estranho, mas era meu irmão
Nenhum comentário:
Postar um comentário