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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A TERRA DE NINGUÉM




Por Rudson Mazzorana


Tapete vermelho, champanhe e gozação
Muitas câmeras e luzes para pouca ação 
Cueca cheia de dinheiro, calibre e ereção
Branca ou rosa, a casa da vez é a tentação

Ele não viu, ela omitiu, o outro escondeu
Ninguém encontrou o que Alguém perdeu
Alguém na rua procura moedas no breu
Ninguém na sala conta o que não é seu

Silêncio na coxia, muito corte na edição
O que era fato foi excluído da gravação
Boca fedida, cárie sem obturação
Pouco nariz para muita respiração

Este não sabe, esta não viu, quem esqueceu?
A casa caiu, a chave sumiu, o cofre cresceu
Ninguém quer saber se Alguém não comeu
A gorjeta aumentou mas o salário encolheu

Tem merda no quintal daquela mansão
Uma Maria dividida entre José e João
Tem pouco saco pra muito tesão
Mãos na cabeça, tiros, três oitão

A vaca cegou, o veado sumiu, o burro morreu
Alguém colocou o nariz que Ninguém concedeu
Muitas mentiras na história que a verdade não leu
Enquanto Alguém dormia, Ninguém foi lá, escreveu
O poder está na mãos de um Judas, Cristo ou Ateu?










quinta-feira, 14 de março de 2013

O BOTE DA CASCAVEL




Por Rudson Mazzorana



Entrou em meu quarto em uma noite de inverno
Beijou minha boca de santa com lábios de inferno
Arranhou minhas costas enquanto tirava o terno
Rasgou meu vestido como quem rasga um caderno 

Puxou meus cabelos com pulso forte e mãos de gorila
Olhou-me sem pena como quem entra, pega e fuzila
Língua no pescoço, mamilos, virilha, barriga e axila
Chamou-me de todos os nomes, menos de Camila

Mordeu minhas orelhas como se fosse um cão
Na cintura, muitas unhas e quase nada de mão
Tirou-me a calcinha como quem corta um cordão
Mostrou-me com quantos paus se faz um bastão

Tudo o que sei, é que aconteceu no inverno 
Parecia um vilão, foi tudo menos fraterno
Jurou minha vida em troca de silêncio eterno
Lambeu os meus pés com sede de subalterno

Entrou em meu quarto como quem fura fila
Tapou minha boca como quem fecha mochila
Prometeu minha morte se não ficasse tranquila
Abriu minhas pernas com quem dilata a pupila 

Machucou meu sexo cometendo uma infração
Com o coração na boca, eu mordia o colchão
Sangue na cama, lágrimas, caos e decepção
Antes fosse um estranho, mas era meu irmão











terça-feira, 12 de março de 2013

CONQUISTA





Por Rudson Mazzorana


Se cair, levante
Se levantar, prossiga
Se prosseguir, não desanime
Se desanimar, tente novamente
Se for tentar, não tema
Se temer, acredite
Se acreditar, conquiste (...)

O sucesso está logo ali, potencialize as suas energias
e abrace o mundo!

quinta-feira, 7 de março de 2013

EDUCAÇÃO: A MAJESTADE SEM TRONO, UM CÃO SEM DONO






Por Rudson Mazzorana



Não sei por onde anda esta tal de Educação. Talvez tenha ido ao banheiro, e se esqueceu de voltar. Talvez tenha entrado em greve perpétua por se cansar de não ser vista pelo poder público ou pela simples ausência de seu uso pelos cidadãos. Tudo o que sei é que educar é um verbo que muitos não sabem conjugar ou nem sequer possuem tal palavra no dicionário.

            Confesso que já vi fulano traindo a Educação com a Falta de Vergonha, que tem mais pau do que cara e tem um carinho especial por tudo aquilo que não presta. Não posso deixar de contar que também vi esta tal de Educação cabulando aulas, e sendo vendida a preço de banana. Não queria dizer, mas a Educação já ganhou fama na boca do povo. Andam dizendo que tem saído com todo mundo e nunca sossega com ninguém. A meu ver, a famosa da vez resolveu sair nua em capas de revista, mostrando que não tem conteúdo nenhum, apenas forma.

            Ontem estava em meu carro, e vi a Educação dormindo no ponto. Assim como anteontem passeava por aí, e vi a dita cuja com salto alto e de bunda de fora esperando para ser estuprada por aqueles que a usam de forma torpe e indigesta. Realmente não sei por anda esta incógnita. Nem ao mesmo sei se tem sexo. Às vezes veste terno e gravata, mas não sabe se comportar. Outras, adere ao estilo casual e comete gafes comuns aos meninos e meninas de 12. Raramente vi a tal falada sendo usada de maneira adequada à idade que tem.

            Mas por onde anda esta interrogação, que corre pelas ruas como se fosse um ladrão na noite? Só sei que ela dorme com todos e não é de ninguém. Talvez tenha sido parido por alguma puta, ou então o pai era burro e morreu por tentar pensar.

            Muito se fala sobre Educação e poucos sabem de onde veio e para onde vai. Quanto mais se procura, menos se acha. Perdida em colégios, banida dos dicionários, escondida em matas selvagens, mastigada por trogloditas, aliciadas tanto por narizes-cola como por cuecas de ouro.

            Se pudessem fazer um retrato falado, o que falariam? Tem muita maquiagem para pouco rosto, e muita boca para pouca língua; talvez. O que sei é que nasceu do Bom Senso e da Esperança, mas se perdeu em ruas e avenidas. Saiu de casa cedo por ser rebelde sem causa, e se aposentou cedo por preguiça de ser alguém. Não tem filhos, mas deixará herdeiros os quais comem com as mãos e só tomam banho aos Domingos. Educação: um ser cujo sobrenome era para ser Progresso, mas tem optado por ser Ninguém.

            Uma noite a Educação saiu por aí e nunca mais voltou. Temo que tenha sido sequestrada, financiada ou até mesmo morta e enterrada. Só sei que não a encontro em lugar algum; nem em corpo, nem em sonho. É realmente um mito, uma lenda... uma assombração!